Fuzis e muni��o passaram 75 vezes pelo Gale�o

Traficante enviou ao Brasil 1.043 armas e quadrilha teria lucrado at� R$ 223 milh�es em tr�s anos

Por O Dia

Rio -  Por 75 vezes carregamentos com fuzis e muni��es com destino a traficantes passaram pelo Aeroporto Internacional do Rio. No total, entre 2014 e 2017, entraram pelo terminal de cargas para as m�os de criminosos pelo menos 1.043 armas, cerca de 300 mil pe�as de muni��o, al�m de mil carregadores. As informa��es constam em den�ncia feita pelo Minist�rio P�blico Federal e aceita pela Justi�a.

Fuzil custaria R%24 9 mil nos Estados Unidos e seria vendido para fac��o criminosa por cinco vezes este valorDivulga��o

Liderado pelo traficante Frederik Barbieri, que possui cidadania brasileira e americana, o esquema consistia na aquisi��o do armamento em Miami (Estados Unidos) e envio ao Brasil escondido dentro de aquecedores de piscina e bombas d'�gua, segundo a den�ncia.

Somente com a venda de fuzis, a quadrilha, formada por 16 pessoas, lucrou entre R$ 178 milh�es e R$ 223 milh�es no per�odo. Isso porque, em depoimento realizado pelo denunciado Cl�udio Alves Mendon�a � respons�vel por adquirir os aquecedores de piscina que seriam recheados com os armamentos � cada aquecedor rendia para os traficantes entre R$ 1,2 milh�o e R$ 1,5 milh�o de lucro. No total, foram 149 aquecedores enviados ao Brasil. Compradas nos Estados Unidos por cerca de R$ 9 mil cada, as armas eram vendidas para o Comando Vermelho por um valor cinco vezes superior.

Para esconder o armamento nos aquecedores, uma casa pertencente � Barbieri era utilizada. O traficante n�o se esquivava de possuir os armamentos, segundo uma testemunha. Ela disse que a sala de Barbieri era decorada com fuzis pendurados nas paredes.

Com a falsifica��o de notas fiscais, eles conseguiam burlar a fiscaliza��o nos aeroportos.
A acusa��o foi resultado de investiga��o iniciada a partir da apreens�o, no dia 1� de junho, pela Pol�cia Civil, com apoio da Pol�cia Federal, de 60 fuzis dentro do terminal de cargas do Aeroporto do Gale�o.

Barbieri, sua esposa Ana Cl�udia Santos; seu filho Jo�o Felipe Barbieri; al�m de outras 13 integrantes foram denunciadas pelos crimes de organiza��o criminosa, tr�fico internacional e com�rcio ilegal de armas de fogo, muni��o e acess�rios de uso restrito. Barbieri e seus familiares j� constam na lista da Interpol. 

Senhas do tr�fico: Jujuba da Smith e pentes de meiota

Em conversas telef�nicas interceptadas com autoriza��o judicial, traficantes utilizavam senhas para identificar o material que queriam comprar do material enviado por Barbieri.

Jujuba da Smith era o termo utilizado para a muni��o da pistola .40; tecnicamente denominada �calibre. 40 smith & wesson�. Fuzil era chamado de �flecha�; �Pentes de Meiota� era o termo do carregador do fuzil 7,62.

Entre os compradores ass�duos da quadrilha estavam Michel Santos da Silva, conhecido como Falc�o do Anaia, atuante em S�o Gon�alo e Cl�udio Aur�lio da Silva, o Ben 10, que chefiava o Morro do Engenho da Rainha, na Zona Norte.

Em depoimento, Cl�udio Mendon�a disse que recebeu pelo aplicativo WhatSapp uma mat�ria jornal�sitica com uma foto referente � divulga��o de uma opera��o policial na comunidade Nova Holanda, em 2016. Nela ele viu uma fotografia em que identificou uma das bombas d��gua da quadrilha, recheadas de muni��o. O material foi apreendido pelas for�as policiais das m�os de traficantes de entorpecentes da regi�o. Por conta da foto divulgada, o filho de Barbieri reclamou com Cl�udio pelo descuido e por aquele tipo de exposi��o.

O filho de Barbieri foi preso no domingo passadoem S�o Paulo. No total, a Justi�a pediu a pris�o de 14 integrantes da quadrilha.

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