Traficantes usam t�cnicas militares em confrontos com PMs no Jacarezinho

Bandidos tamb�m deram armas at� para usu�rios de crack

Por O Dia

Rio - Agentes relataram ao DIA que houve mudan�a nos confrontos no Jacarezinho, na Zona Norte. Os traficantes passaram a utilizar diferentes t�cnicas militares, al�m de armar at� usu�rios de crack com pistolas glock com kit rajadas.

Parentes do verdureiro Sebasti�o Sabino da Silva%2C enterrado ontem%2C protestaram %3A �N�o foi bala perdida�%2C desabafou Raquel%2C filha deleDaniel Castelo Branco / Ag�ncia O Dia

�Isso foi visto pela primeira vez na sexta-feira. Fomos apoiar a UPP, que j� estava sem armas e muni��es. Chegamos ao local e fomos recebidos at� por �cracudos�, que disparavam rajadas, inclusive em dire��o a moradores�, detalhou um agente da Delegacia de Combate �s Drogas (Dcod), que preferiu n�o se identificar.

Traficantes tamb�m fariam �iscas�: um homem sozinho dispara contra o blindado, at� atrair o carro para um beco onde h� in�meros bandidos armados escondidos. Ao tentar recuar, o carro encontra barricadas de trilhos de trem que at� ent�o n�o estavam no local. Granadas tamb�m s�o utilizadas.

De acordo com um policial da Core, o uso intensivo de coquetel molotov nos blindados n�o danifica a lataria, mas tem objetivo de sufocar os policiais com a fuma�a. �Tem uma foto que o blindado est� parado com uma garrafa pegando fogo no teto. Ali, o motorista n�o conseguia dirigir, sem visibilidade e asfixiado�, contou.

Procurado, o delegado da Dcod, Felipe Curi, n�o quis entrar em detalhes sobre os m�todos utilizados. �Eles usam t�ticas de guerrilha sim. Pe�o aos moradores que ajudem a pol�cia com den�ncias�. Segundo apura��o da delegacia, Jacarezinho � uma favela de entreposto de drogas do Comando Vermelho, al�m de ser muito procurada por usu�rios de drogas. O tr�fico � constitu�do tamb�m por assaltantes de carros e motos, que circulam com ve�culos roubados.

Seria o caso, segundo a pol�cia, de Mois�s Alves, 28 anos, que foi ferido ontem no bra�o. Imagens mostram ele dirigindo uma moto roubada, minutos antes de ser baleado pela pol�cia.

De acordo com o agente que atirou, Mois�s fez disparos contra os policiais com uma pistola. Enquanto era socorrido por moradores, a arma teria sido recolhida. Escutas gravadas de r�dios de traficantes, anexadas ao registro de sua pris�o, indicam que ele seria criminoso. �Mano, balearam um nosso. Foi agora, em cima da laje�. A fam�lia nega. A pol�cia afirma que o homem morto ontem tamb�m era traficante e tamb�m estava em uma laje. 

At� cachorro � baleado  nos tiroteios

Nem mesmo os animais escaparam da viol�ncia que j� completou uma semana no Jacarezinho. Um cachorro vira-lata foi atingido ontem por uma bala perdida. Segundo moradores, ele seria o animal de estima��o de uma mulher que vive na comunidade.

O c�o teve um ferimento na perna traseira e foi encaminhado para a Sociedade Uni�o Protetora dos Animais (Suipa). O quadro de sa�de dele � est�vel.�Ele estava bem an�mico e perdeu muito sangue�, contou, Raphael Cunha, veterin�rio da Suipa. 

Cachorro � baleado no JacarezinhoWhatsApp O DIA (98762-8248)

Suspeitos da morte de policial s�o identificados

A Dcod identificou Jonathan Lu�s da Silva; Jefferson Gon�alves da Silva; Wellington de Sousa Macedo e Carlos Andr� da Concei��o como suspeitos que participaram do tiroteio que matou o agente Bruno Buhler, da Core. Informa��es podem ser repassadas ao Disque-Den�ncia (2253-1177).

1. Jonathan Luis da Silva; 2. Jefferson Gon�alves da Silva; 3. Carlos Andr� da Concei��o; 4.Wellington de Sousa MacedoDivulga��o

A assistente comercial Ma�ra Mendon�a, mulher de Andr� Lu�s Medeiros, mototaxista que morreu na quarta-feira, ap�s ser baleado na sexta, desabafou sobre a viol�ncia no Jacarezinho. �As pessoas me ligavam e diziam para n�o ir para casa. Enquanto houver aquilo (confronto), eu vou reviver o momento que meu marido foi baleado�. Andr� ser� enterrado hoje, �s 15h30, em Inha�ma.

Durante o confronto de ontem na comunidade, a sede da ONG Rio de Paz, foi alvejada por tiros. No aqu�rio de m�sica da ONG, tamb�m no Jacarezinho, mais de 200 disparos atingiram janelas, paredes, livros e portas. A institui��o suspendeu as atividades na regi�o por conta da viol�ncia. 

Verdureiro foi enterrado

Em misto de como��o e revolta, o verdureiro Sebasti�o Sabino da Silva, de 46 anos, foi enterrado ontem, no cemit�rio do Caju. Ele foi morto na ter�a-feira, quando trabalhava durante um tiroteio no Jacarezinho. �N�o foi bala perdida. Eles miraram no peito do meu pai e atiraram porque achavam que ele era traficante. N�o foi apenas um disparo, e sim tr�s�, lamentou Raquel Sabino, filha do feirante, conhecido na regi�o como Ti�o.

Para ela, o verdureiro poderia estar vivo se o socorro n�o tivesse demorado tanto. �Meu pai ficou agonizando por mais de meia hora. O sentimento � de tristeza e indigna��o. Confundiram um trabalhador, que estava ali ganhando seu p�o de cada dia, com um traficante�, afirmou. Al�m de Raquel, o feirante tinha outros seis filhos. 

*Colaboraram Daniel Castelo Branco e Maria Inez Magalh�es

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