Quando a liberdade (ainda) tem inimigos

Por Continentino Porto Jornalista

Continentino Porto, colunista do DIA
Continentino Porto, colunista do DIA - Divulga��o

Est� dif�cil saber se o prefeito Rodrigo Neves conseguir� mesmo levantar e honrar o Memorial da Liberdade Viol�ncia Contra os Jornalistas. Ele deu seu penhor ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, no encontro que manteve com os diretores do �rg�o no fim do ano passado.

Pelo andar dos entendimentos, por�m, de positivo mesmo s� a inequ�voca sinceridade do prefeito, que se posicionou como perfeito paladino das liberdades; no entanto, o que vem de seu gabinete � destoante desta posi��o, j� que os assessores incumbidos pelo prefeito se negam sequer a pautar uma discuss�o sobre o pr�-projeto do Memorial.

Abstraindo-se do fato de que Rodrigo Neves reservou essa tarefa inicial � sua invicta assessoria, o que transparece � realmente aquela "abissal incompet�ncia", para reproduzirmos o que se ouve (e se v�) na pr�pria antessala do gabinete

O que, ali�s, ultrapassaria inclusive o proverbial desleixo que j� parecia longe da m�quina municipal com novos e tantos bons exemplos, dir�amos mesmo, de espetaculares obras em ininterrupto e quase in�dito fluxo de progresso urbano.

Assim se mostram mais perplexos os apoiadores do Memorial da Liberdade, como o Instituto Niemeyer, que se manifestou a favor atrav�s do seu presidente, o neto de Oscar Niemeyer, arquiteto Paulo S�rgio; e tamb�m a Organiza��es das Na��es Unidas (ONU), agora s� � espera da oficial palavra do prefeito.

Paulo S�rgio Niemeyer prop�s discutir e desenhar o Projeto do Memorial, segundo ele, "uma demanda recorrente em nosso escrit�rio e, desta vez, com t�o forte argumentos a se unir �s rela��es ideal�sticas do meu av� Oscar, que sempre esteve ao lado de humanit�rias causas e dedicou melhor amizade e apoios especiais aos jornalistas desde os prim�rdios da ABI, de cuja sede participou com o mesmo empenho e carinho que reservou ao Caminho Niemeyer".

No pr�-projeto entregue ao prefeito de Niter�i, o Memorial deve ser constru�do em local p�blico, de ampla visibilidade, um ponto de visita��o permanente onde se evoquem as import�ncias que os desaparecidos, mortos, torturados pol�tica e psicologicamente tiveram que enfrentar para que o Brasil pudesse se reencontrar com a democracia. Esse local poderia ser no Caminho Niemeyer, em Niter�i.

Segundo ainda o projeto, o Memorial seria composto de dois grandes pain�is em concreto amarelo, vis�veis de longa dist�ncia. O primeiro com seis metros de altura e tr�s de largura, com um texto curto "in memoriam" dos jornalistas que tombaram na defesa da democracia no Estado do Rio e no pa�s, explicando a raz�o da obra.

Propomos, ainda, que nesse painel constem os nomes das institui��es p�blicas e privadas, que derem apoio institucional, como o Instituto Niemeyer, a Prefeitura de Niter�i, o Sindicato, a ONU, a Federa��o Internacional de Jornalismo, a Associa��o Brasileira de Jornalismo Investigativo e a Fenaj, �rg�o nacional dos jornalistas.

J� o segundo painel, mais alto, dez metros de altura por cinco de largura, inscreveria todos os nomes dos desaparecidos e os sobreviventes em ordem alfab�tica, as letras em alto-relevo e o painel gran�tico em tom forte amarelo como o da bandeira brasileira, para videnciar a contribui��o daqueles que a hist�ria da democracia j� inscreveu no pante�o das liberdades.

Coment�rios

�ltimas de Opini�o